Hino da Independência
Pintura em que D. Pedro I realiza a execução da peça musical dedicada ao Hino da Independência
Se a arte imita a vida,
podemos notar que a história do Hino da Independência foi tão marcada de
improviso como a ocasião em que o príncipe regente oficializou o fim
dos vínculos que ligavam Brasil a Portugal. No começo do século XIX, o
artista, político e livreiro Evaristo da Veiga escreveu os versos de um
poema que intitulou como “Hino Constitucional Brasiliense”. Em pouco
tempo, os versos ganharam destaque na corte e foram musicados pelo
maestro Marcos Antônio da Fonseca Portugal (1760-1830).
Aluno do maestro, Dom Pedro I já
manifestava um grande entusiasmo pelo ramo da música e, após a
proclamação da independência, decidiu compor uma nova melodia para a
letra musicada por Marcos Antônio. Por meio dessa modificação, tínhamos a
oficialização do Hino da Independência. O feito do governante acabou
ganhando tanto destaque que, durante alguns anos, Dom Pedro I foi dado
como autor exclusivo da letra e da música do hino.
Abdicando do governo imperial em 1831,
observamos que o “Hino da Independência” acabou perdendo prestígio na
condição de símbolo nacional. Afinal de contas, vale lembrar que o
governo de Dom Pedro I havia sido marcado por diversos problemas que
diminuíram o seu prestígio como imperador. De fato, o “Hino da
Independência” ficou mais de um século parado no tempo, não sendo
executado em solenidades oficiais ou qualquer outro tipo de
acontecimento oficial.
No ano de 1922, data que marcava a
comemoração do centenário da independência, o hino foi novamente
executado com a melodia criada pelo maestro Marcos Antônio. Somente na
década de 1930, graças à ação do ministro Gustavo Capanema, que o Hino
da Independência foi finalmente regulamentado em sua forma e autoria.
Contando com a ajuda do maestro Heitor Villa-Lobos, a melodia composta
por D. Pedro I foi dada como a única a ser utilizada na execução do
referido hino.
Já podeis, da Pátria filhos,Ver contente a mãe gentil;
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil.
Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.
Os grilhões que nos forjava
Da perfídia astuto ardil...
Houve mão mais poderosa:
Zombou deles o Brasil.
Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.
Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil;
Vossos peitos, vossos braços
São muralhas do Brasil.
Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.
Parabéns, ó brasileiro,
Já, com garbo varonil,
Do universo entre as nações
Resplandece a do Brasil.
Brava gente brasileira!
Longe vá... temor servil:
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil.
Retirado no google
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