CANTINHO DA TIA NEL

CANTINHO DA TIA NEL

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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Simulado da Prova Brasil

Mais um Simulado de Língua Portuguesa. A sugestão seria que fosse aplicado em dupla, pois a troca de conhecimento ajuda muito.


PORTUGUES

Televisão
Televisão é uma caixa de imagens que fazem barulho.
Quando os adultos não querem ser incomodados, mandam as crianças ir assistir à televisão.
O que eu gosto mais na televisão são os desenhos animados de bichos.
Bicho imitando gente é muito mais engraçado do que gente imitando gente, como nas telenovelas.
Não gosto muito de programas infantis com gente fingindo de criança.
Em vez de ficar olhando essa gente brincar de mentira, prefiro ir brincar de verdade com meus amigos e amigas.
Também os doces que aparecem anunciados na televisão não têm gosto de coisa alguma porque ninguém pode comer uma imagem.
Já os doces que minha mãe faz e que eu como todo dia, esses sim, são gostosos.
Conclusão: a vida fora da televisão é melhor do que dentro dela.
PAES, J. P. Televisão. In: Vejam como eu sei escrever

1- O trecho em que se percebe que o narrador é uma criança é:

(A) “Bicho imitando gente é muito mais engraçado do que gente imitando gente, como nas telenovelas.”

(B) “Em vez de ficar olhando essa gente brincar de mentira, prefiro ir brincar de verdade...”

(C) “Quando os adultos não querem ser incomodados, mandam as crianças ir assistir à televisão.”

(D) “Também os doces que aparecem anunciados na televisão não têm gosto de coisa alguma...”


As enchentes de minha infância
Sim, nossa casa era muito bonita, verde, com uma tamareira junto à varanda, mas eu invejava os que moravam do outro lado da rua, onde as casas dão fundos para o rio. Como a casa dos Martins, como a casa dos Leão, que depois foi dos Medeiros, depois de nossa tia, casa com varanda fresquinha dando para o rio.
Quando começavam as chuvas a gente ia toda manhã lá no quintal deles ver até onde chegara a enchente. As águas barrentas subiam primeiro até a altura da cerca dos fundos, depois às bananeiras, vinham subindo o quintal, entravam pelo porão. Mais de uma vez, no meio da noite, o volume do rio cresceu tanto que a família defronte teve medo.
Então vinham todos dormir em nossa casa. Isso para nós era uma festa, aquela faina de arrumar camas nas salas, aquela intimidade improvisada e alegre.
Parecia que as pessoas ficavam todas contentes, riam muito; como se fazia café e se tomava café tarde da noite! E às vezes o rio atravessava a rua, entrava pelo se tomava café tarde da noite! E às vezes o rio atravessava a rua, entrava pelo nosso porão, e me lembro que nós, os meninos, torcíamos para ele subir mais e mais. Sim, éramos a favor da enchente, ficávamos tristes de manhãzinha quando, mal saltando da cama, íamos correndo para ver que o rio baixara um palmo – aquilo era uma traição, uma fraqueza do Itapemirim. Às vezes chegava alguém a cavalo, dizia que lá, para cima do Castelo, tinha caído chuva muita, anunciava águas nas cabeceiras, então dormíamos sonhando que a enchente ia outra vez crescer, queríamos sempre que aquela fosse a maior de todas as enchentes.
BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana. 3. ed. Rio de Janeiro:

2- Que função desempenha a expressão destacada no texto “... o volume do rio cresceu TANTO QUE a família defronte teve medo.” (2º parágrafo)

(A) adição de idéias. (B) comparação entre dois fatos.
(C) conseqüência de um fato. (D) finalidade de um fato enunciado.

O IMPÉRIO DA VAIDADE

Você sabe por que a televisão, a publicidade, o cinema e os jornais defendem os músculos torneados, as vitaminas milagrosas, as modelos longilíneas e as academias de ginástica? Porque tudo isso dá dinheiro. Sabe por que ninguém fala do afeto e do respeito entre duas pessoas comuns, mesmo meio gordas, um pouco feias, que fazem piquenique na praia?
Porque isso não dá dinheiro para os negociantes, mas dá prazer para os participantes. O prazer é físico, independentemente do físico que se tenha: namorar, tomar milk-shake, sentir o sol na pele, carregar o filho no colo, andar descalço, ficar em casa sem fazer nada. Os melhores prazeres são de graça - a conversa com o amigo, o cheiro do jasmim, a rua vazia de madrugada - , e a humanidade sempre gostou de conviver com eles. Comer uma feijoada com os amigos, tomar uma caipirinha no sábado também é uma grande pedida. Ter um momento de prazer é compensar muitos momentos de desprazer. Relaxar, descansar, despreocupar-se, desligar-se da competição, da áspera luta pela vida - isso é prazer.
Mas vivemos num mundo onde relaxar e desligar-se se tornou um problema. O prazer gratuito, espontâneo, está cada vez mais difícil. O que importa, o que vale, é o prazer que se compra e se exibe, o que não deixa de ser um aspecto da competição. Estamos submetidos a uma cultura atroz, que quer fazer-nos infelizes, ansiosos, neuróticos. As filhas precisam ser Xuxas, as namoradas precisam ser modelos que desfilam em Paris, os homens não podem assumir sua idade.
Não vivemos a ditadura do corpo, mas seu contrário: um massacre da indústria e do comércio. Querem que sintamos culpa quando nossa silhueta fica um pouco mais gorda, não porque querem que sejamos mais saudáveis - mas porque, se não ficarmos angustiados, não faremos mais regimes, não compraremos mais produtos dietéticos, nem produtos de beleza, nem roupas e mais roupas. Precisam da nossa impotência, da nossa insegurança, da nossa angústia.
O único valor coerente que essa cultura apresenta é o narcisismo.
LEITE, Paulo Moreira. O império da vaidade. Veja, 23 ago. 1995. p. 79.

3- O autor pretende influenciar os leitores para que eles
(A) evitem todos os prazeres cuja obtenção depende de dinheiro.
(B) excluam de sua vida todas as atividade incentivadas pela mídia.
(C) fiquem mais em casa e voltem a fazer os programas de antigamente.
(D) sejam mais críticos em relação ao incentivo do consumo pela mídia.

O Sol e a Neve
Era
uma
floquinha
de neve que
vivia no alto de
uma montanha ge-
lada. Um dia, de apai-
xonou pelo sol. E passou
a flertar descaradamente
com ele. “Cuidado!”, alerta-
ram os flocos mais experiêntes.
“Você pode se derreter.” Mas a
nevinha não queria nem saber e con-
tinuava a olhar para o sol, que com seus
raios a queimava de paixão. Ela nem perce-
bia o quanto se derretia… e ficou ali um bom
tempo, só se derretendo, e derretendo. Quando
viu, era uma gotinha, uma pequena lágrima de amor
descendo, com nobreza e delicadeza, a montanha. Lá
embaixo, um rio esperava por ela.
Diléa Frate – Histórias Para Acordar


4- O que deu inicio à narrativa foi o fato de a “floquinha”
(A) ter-se apaixonado pelo sol. (B) ter fletardo com o sol.
(C)ter-se derretido com o calor. (D)ter descido montanha abaixo.

O LEÃO E AS OUTRAS FERAS
Certo dia o leão saiu para caçar junto com três outras feras, e os quatro pegaram um veado. Com a permissão dos outros, o leão se encarregou de repartir a presa e dividiu o veado em quatro partes iguais. Porém, quando os outros foram pegar seus pedaços, o leão falou:
– Calma, meus amigos. Este primeiro pedaço é meu, porque é o meu pedaço. O segundo também é meu, porque sou o rei dos animais. O terceiro vocês vão me dar de presente para homenagear minha coragem e o sujeito maravilhoso que eu sou. E o quarto... Bom, se alguém aí quiser disputar esse pedaço comigo na luta, pode vir que estou pronto. Logo, logo a gente fica sabendo quem é o vencedor!
Moral: Nunca forme uma sociedade
sem primeiro saber como será a divisão dos lucros. Fábulas de Esopo


5- Com base no texto, percebe-se que o leão é:
descontrolado (B) esperto (C) implicante (D) nervoso

EU QUERO O MEU CAFÉ

“Eu quero o meu café”
Assim falou o gigante,
“Na hora que eu despertar,
Logo que eu me levante”.

“Ouçam todos na cozinha”,
continuou o gigante,
“eu mato quem não matar
minha fome num instante!”

“Não quero saber de mingau,
nem de ovos, nem de pão.
Eu quero o que eu quero
Eu quero um bocadão”.

“Cem panquecas com geléia,
nem uma a menos ou a mais,
que só assim a minha pança
fica cheia e eu fico em paz.”
Geode, Diane

6- De acordo com o poema, o gigante, quando acorda, quer comer
mingau (B) ovos. (C) Panquecas. (D) Pão

Xisto Cavaleiro Andante
EL-REI Magnoto decidiu armar Xisto cavaleiro andante, apesar de não ter este ainda vinte e um anos, conforme exigiam as regras da cavalaria. Segundo o ritual, o candidato deveria não só passar em orações a véspera do dia marcado para a cerimônia da sagração, como também tomar um grande banho, a fim de purificar o corpo.
Ora, aconteceu que, ao entrar na água, Xisto achou-a tão fresquinha e gostosa que começou a dar mergulhos no grande tanque de pedra, fingindo de peixe... Durou tanto a brincadeira que o rapaz acabou se resfriando e apanhando uma tremenda gripe. E, com isso, a cerimônia teve de ser adiada... O moço ficou febril e completamente rouco. “Xisto, Xisto, você está melhor? Já entrou numa boa?” perguntou Bruzo. O pobre gripado, inteiramente afônico, murmurou qualquer coisa. Percebendo que seu amigo estava sem voz, o futuro escudeiro de Xisto começou a falar baixo também, aproximou-se da cama e sussurrou-lhe perto do rosto: “Desejo que você sare logo, ouviu? Amanhã vou ao Pico das Estrelas e vou trazer um pouco de mel de abelhas pra você.
Nada... COELHO, Neto. Contos Pátrios.


7- A cerimônia em que Xisto seria armado cavaleiro foi adiada porque ele:
(A) ficou brincando na água fresquinha e se gripou
(B) ainda não tinha 21 anos completo
(C) passou a noite da véspera orando como pedia o ritual
(D) se machucou mergulhando no tanque de pedra.
Pardalzinho
O pardalzinho nasceu
Livre. Quebraram-lhe a asa.
Sacha lhe deu uma casa,
Água, comida e carinhos.
Foram cuidados em vão:
A casa era uma prisão,
O pardalzinho morreu.
O corpo Sacha enterrou
No jardim; a alma, essa voou
Para o céu dos passarinhos! Manoel Bandeira



8- A frase que expressa opinião é:
(A) Quebraram-lhe a asa (B) Sacha lhe deu uma casa
(C)A casa era uma prisão (D) O pardalzinho morreu.

PATO DE SAPATO
Era uma vez um pato
Que queria um sapato.
Como só nadava o dia inteiro,
Não tinha dinheiro.
Resolveu, então, tocar violão.
E de feira em feira
Juntou um milhão.
Comprou o sapato
E resolveu a questão.
— Vou voltar para a vida boa! — pensou.
E mergulhou na lagoa.
Logo se aborreceu, de fato!
Não conseguia nada
Com o peso do sapato.
Mas teimoso como era
Não se arrependeu do seu ato:
— Vou trocar por um pé-de-pato!
Revista Recreio Especial. Era uma vez... nº 01.



9- Com base no poema, pode-se dizer que o pato era
(A) miserável. (B) orgulhoso. (C) preguiçoso (D) persistente.
PIZZA
Quem é que não gosta de uma pizza cheia de queijo e variados recheios? Hummmm! Só de pensar dá até água na boca. E difícil de acreditar, mas essa famosa delícia é saboreada há muito tempo. A primeira notícia que se tem do alimento tem mais de seis mil anos!
Acredita-se que os egípcios foram os inventores da massa da pizza. Eles misturavam farinha com água. Outra hipótese é a de que os gregos sejam os pioneiros. Eles faziam massas com farinha de trigo, arroz ou grão-de-bico e as assavam em tijolos quentes. Com o tempo, a invenção foi parar no sul da Itália.
Era um alimento muito comum nas classes mais pobres da população. Foram os italianos da cidade de Nápoles que passaram a acrescentar molho de tomate e orégano à massa. Eles a dobravam ao meio e comiam como se fosse um sanduíche. Não demorou muito para que o alimento fosse servido na corte de Nápoles. A partir do século XVI, tornou-se uma comida dos nobres, que, como tinham mais dinheiro, passaram a rechear as pizzas com diversos alimentos como ovos, pedaços de linguiça e queijo. Logo, a delícia se espalhou pelo mundo. A primeira pizza redonda, como conhecemos hoje, foi feita em 1889 por Raffaele Sposito, especialmente servida à Margherita, rainha da Itália. A pizza foi enfeitada com queijo, manjericão e tomate, alimentos que têm as cores da bandeira italiana: branco, verde e vermelho. Hoje, temos pizzas de tantos sabores que são até impossíveis de se imaginar. Tem de chocolate, banana, bacon, milho, cebola, calabresa... Que delícia!
Braziliense, Este é Meu, Quinta-feira, 6 de junho de 2002.



10- No trecho “Eles a dobravam ao meio” (l. .9), a palavra sublinhada refere-se aos:
(A) egípcios. (B) gregos. (C) italianos. (D) nobres.

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