CANTINHO DA TIA NEL

CANTINHO DA TIA NEL

VOCÊ VEIO...

sábado, 10 de setembro de 2011

Só Fábulas para interpretar

A RAPOSA E AS UVAS
PASSAVA DO MEIO-DIA E A RAPOSA AINDA ESTAVA SEM COMER. ENTÃO,
RESOLVEU SAIR PARA PROCURAR ALIMENTO.
ELA PAROU DIANTE DE UMA VIDEIRA E FICOU OBSERVANDO OS BONITOS
CACHOS DE UVA QUE PENDIAM LÁ DO ALTO.
COMO NÃO CONSEGUIA ALCANÇA-LOS COM A PATA, COMEÇOU A FICAR
NERVOSA. AS UVAS PARECIAM AINDA MAIS SABOROSAS NO MEIO DAS FOLHAS.
OLHOU PARA AS FRUTINHAS E SALTOU QUERENDO PROVA-LAS, MAS
PERCEBEU QUE SERIA IMPOSSÍVEL.
ENTÃO, DESABAFOU:
_ NÃO QUERIA COMER UVA, MESMO.
ELAS AINDA NÃO ESTÃO MADURAS.
NÃO SE ENGANE E NÃO DESPREZE AQUILO QUE NÃO PODE TER.

(MEU LIVRO DE FÁBULAS, ILUSTRAÇÕES SOFÍA GARCIA, EDITORA CARAMELO)

A RAPOSA E AS UVAS

CERTA RAPOSA MATREIRA,
QUE ANDAVA À TOA E FAMINTA,
AO PASSAR POR UMA QUINTA,
VIU NO ALTO DA PARREIRA
UM CACHO DE UVAS MADURAS,
SUMARENTAS E VERMELHAS.
AH, SE AS PUDESSE TRAGAR!
MAS LÁ NAQUELAS ALTURAS
NÃO AS PODIA ALCANÇAR.
ENTÃO FALOU DESPEITADA:
_ ESTÃO VERDES ESSAS UVAS.
VERDES NÃO SERVEM PRA NADA!
COMO NÃO CABEM QUATRO MÃOS EM DUAS LUVAS,
HÁ QUEM PREFIRA DESDENHAR A LAMENTAR.
(LA FONTAINE FÁBULAS, TRADUÇÃO DE FERREIRA GULLAR, ILUSTRAÇÕES DE
GUSTAVO DORÉ,EDITORA REVAN.)
A RAPOSA E AS UVAS
UMA RAPOSA ESTAVA COM MUITA FOME E VIU UMA CACHO DE UVAS
NUMA LATADA. QUIS PEGA-LO, MAS NÃO CONSEGUIU. AO SE AFASTAR, DISSE
PARA SI MESMA:
_ESTÃO VERDES.

O HOMEM QUE CULPA AS CIRCUNSTÂNCIAS FRACASSA E NÃO VÊ QUE O
INCAPAZ É ELE MESMO.
(ESOPO FÁBULAS, TRADUÇÃO DE ANTÔNIO CARLOS VIANNA.)


A RAPOSA E A CEGONHA
A RAPOSA E A CEGONHA MANTINHAM BOAS RELAÇÕES E PARECIAM
SER AMIGAS SINCERAS. CERTO DIA, A RAPOSA CONVIDOU A CEGONHA PARA
JANTAR E, POR BRINCADEIRA, BOTOU NA MESA APENAS UM PRATO RASO
CONTENDO UM POUCO DE SOPA. PARA ELA, FOI TUDO MUITO FÁCIL, MAS A
CEGONHA PÔDE APENAS MOLHAR A PONTA DO BICO E SAIU DALI COM MUITA
FOME.
_NÃO PENSE NISSO – RESPONDEU A CEGONHA.
_SINTO MUITO – DISSE A RAPOSA -; PARECE QUE VOCÊ NÃO GOSTOU DA
SOPA.
_ESPERO QUE, EM RETRIBUIÇÃO A ESTA VISITA, VOCÊ VENHA BREVE
JANTAR COMIGO.
NO DIA SEGUINTE, A RAPOSA FOI PAGAR A VISITA. QUANDO SE
SENTARAM À MESA, O QUE HAVIA PARA O JANTAR ESTAVA CONTIDO NUM
JARRO ALTO, DE PESCOÇO COMPRIDO E BOCA ESTREITA, NO QUAL A
RAPOSA NÃO PODIA INTRODUZIR O FOCINHO. TUDO O QUE ELA CONSEGUIU
FOI LAMBER A PARTE EXTERNA DO JARRO.
_NÃO PEDIREI DESCULPAS PELO JANTAR – DISSE A CEGONHA.
(O MUNDO DA CRIANÇA,VOLUME 2,CONTOS E FÁBULAS, EDITORA DELTA S.A.)


A RAPOSA E A CEGONHA
RAPOSA ESTAVA FAZENDO UMA SOPA DE DAR ÁGUA NA BOCA, SOPA
CHEIROSA, APETITOSA.
_HUM! UMA PITADA DE SAL – ELA FALOU CONSIGO MESMA.
_SÓ MAIS UMA PITADINHA E ESTÁ PRONTA. OBA! COMO EU VOU
SABOREAR A MINHA SOPA! VOU ME FARTAR DE TANTA SOPA! VOU LAMBER
OS BEIÇOS E ENCHER A BARRIGA!
RAPOSA PAROU DE MEXER A SOPA.
_QUE PENA QUE NÃO HÁ NINGUÉM AQUI PARA ADMIRAR MINHA
MAGNÍFICA HABILIDADE CULINÁRIA! TALVEZ EU DEVESSE CONVIDAR ALGUÉM
PARA VIR JANTAR COMIGO E PROVAR A MINHA SOPA.
RAPOSA SENTOU-SE PARA PENSAR.
_NÃO VOU CONVIDAR LEÃO – ELA DECIDIU
_PORQUE LEÃO ENGOLIRIA TODA A SOPA DE UM SÓ GOLE E NÃO
SOBRARIA NADA PARA MIM. TAMBÉM NÃO VOU CONVIDAR O CÃO NEM GATO
PORQUE COMERIAM PELO MENOS A METADE. E NEM VOU CONVIDAR
VAREJEIRA AZUL POR CAUSA DE SEU ZUMBIDO. E, ALÉM DISSO, ELA PORIA
OS PÉS NA COMIDA.
RAPOSA CONTINUOU PENSANDO.
_ HUM. HUM. HUM. JÁ SEI! _E, DE UM SALTO, PÔS-SE DE PÉ.
VOU CONVIDAR MINHA AMIGA CEGONHA! CEGONHA É UMA AVE DE
LINDAS PENAS E SENTIMENTOS. CEGONHA SERÁ A CONVIDADA IDEAL! _ E
RAPOSA FOI CORRENDO CONVIDAR SUA AMIGA.
CEGONHA FICOU CONTENTE EM ACEITAR O CONVITE.
CURVOU-SE AO ENTRAR E AGRADECEU A GENTILEZA DE RAPOSA.
_ QUE PERFUME DELICIOSO! DONA RAPOSA, QUE EXCELENTE
COZINHEIRA A SENHORA DEVE SER. SINTO-ME MUITO HONRADA EM TER
SIDO CONVIDADA A PARTILHAR DE SUA SOPA!
RAPOSA CURVOU-SE TAMBÉM E DEU UM SORRISO MAROTO.
AO CURVAR-SE, MATUTAVA COM SEUS BOTÕES...
“HUM, DONA CEGONHA ADOROU O PERFUME DA MINHA SOPA! MAS, SE
ELA ADORAR O SABOR, PODERÁ COMER SEM PARAR! DEIXE-ME VER... DEIXE-
ME VER... AH!”.
RAPOSA CORREU E ARRUMOU A MESA. COLOCOU UM PRATO GRADE E
RASO PARA SI E UM PRATO GRANDE E RASO PARA DONA CEGONHA. DONA
CEGONHA OBSERVAVA TUDO; SEUS OLHINHOS BRILHANTES E NEGROS
PISCAVAM AO VER O QUE RAPOSA ESTAVA FAZENDO.
POR FAVOR, SENTE-SE, CARA AMIGA _ RAPOSA ESTAVA FAZENDO.
_ POR FAVOR, SENTE-SE, CARA AMIGA _RAPOSA FALOU E COMEÇOU A
SERVIR A SOPA NOS PRATOS.
_ QUE SOPA QUENTE! MAS ESFRIA RAPIDINHO. VIU? JÁ POSSO TOMAR
A MINHA AGORA!
_ E RAPOSA LAMBEU SUA SOPA OSTENSIVAMENTE.
_ AAAAAAAH! QUE DELICIA!
DONA CEGONHA NÃO CONSEGUIA COMER NADA. SEU BICO COMPRIDO
CLICAVA SOBRE O PRATO, MAS ELA NÃO CONSEGUIA TOMAR NEM UMA GOTA
DA SOPA.
_CARA DONA CEGONHA! _ RAPOSA FALOU.
_ ESTÁ SEM FOME? QUE PENA, QUE PENA. PERMITA-ME TERMINAR SUA
SOPA... AFINAL, QUEM ECONOMIZA TEM QUANDO PRECISA!
RAPOSA TOMOU TODA A SOPA DE DONA CEGONHA, SONORAMENTE.
DEPOIS, LAMBEU A PANELA E LUSTROU OS PRATOS COM SUA LONGA LÍNGUA.
_ PRONTO! _ DISSE RAPOSA. EM SEGUIDA, ACOMODOU-SE NA
CADEIRA, DE BARRIGA CHEIA, E ESTALOU OS LÁBIOS.
_ CARA DONA CEGONHA _ DISSE ELA _, NÃO HÁ NADA MELHOR DO QUE
COMPARTILHAR UMA REFEIÇÃO COM UMA AMIGA _ E SORRIU UM SORRISO
ASTUTO.
DONA CEGONHA CONCORDOU.
_A SENHORA TEM TODA RAZÃO, DONA RAPOSA _ ELA DISSE.
_ ESTÁ CERTÍSSIMA...
PORTANTO, ESPERO QUE A SENHORA POSSA VIR JANTAR COMIGO
ESTA NOITE. ME DARIA MUITO PRAZER PODER RETRIBUIR SUA GENTILEZA!
RAPOSA HESITOU, PUXANDO OS BIGODES. SEUS PENSAMENTOS
ESPERTINHOS DAVAM VOLTAS EM SUA CABEÇA.
SERÁ QUE OS OLHINHOS BRILHANTES DE DONA CEGONHA PARECIAM
UM POUCO FRIOS? MAS UMA REFEIÇÃO DE GRAÇA SEMPRE VALIA A PENA...
E NÃO HAVIA MAIS SOPA. NEM UMA GOTA, NEM UM PINGO.
_ FICO ENCANTADA _ RESPONDEU RAPOSA.
DONA CEGONHA CURVOU-SE NOVAMENTE AO SAIR.
_ ATÉ HOJE À NOITE _ ELA FALOU.
AO CAIR DA NOITE, RAPOSA JÁ ESTAVA NOVAMENTE COM FOME. SAIU
DE CASA E CORREU PELA FLORESTA ESCURA ATÉ A CASA DE DONA
CEGONHA. UM PERFUME MARAVILHOSO FLUTUAVA PELA JANELA ABERTA.
RAPOSA ASPIROU FELIZ E ESFREGOU A BARRIGA.
_ DUAS BELAS REFEIÇÕES NUM SÓ DIA! _ ELA FALOU, E BATEU À
PORTA.
DONA CEGONHA SORRIU AO DEIXAR RAPOSA ENTRAR.
_ POR FAVOR, SENTE-SE, CARA AMIGA _ ELA FALOU.
RAPOSA CORREU ATÉ A MESA. ESTANCOU E ARREGALOU OS OLHOS.
A MESA ESTAVA COBERTA DE COMIDA DE DAR ÁGUA NA BOCA, DE
ENCHER OS OLHOS E O ESTÔMAGO... MAS TODOS DENTRO DE RECIPIENTES
COMPRIDOS E ESTREITOS.
_ SIRVA-SE, CARA AMIGA! _ DISSE DONA CEGONHA.
_ FIQUE À VONTADE PARA COMER O QUE QUISER! _ E ELA ENFIOU SEU
LONGO BICI FINO DENTRO DO RECIPIENTE MAIS ALTO.
RAPOSA NÃO DISSE NADA. SEU ESTÔMAGO RONCAVA E UIVAVA DE
FOME, MAS ELA NÃO DISSE ABSOLUTAMENTE NADA.
_ CARA DONA RAPOSA! _ DISSE DONA CEGONHA.
_ESTÁ SEM FOME? QUE PENA. QUE PENA. PERMITA-ME TERMINAR SUA
REFEIÇÃO.
E FOI O QUE ELA FEZ.
(AS FÁBULAS FERINAS DE ESOPO, BRINQUE-BOOK, VIVIAM FRENCH E KORKY
PAUL)



O MOLEIRO,SEU FILHO E O BURRO.

CERTA VEZ, UM MOLEIRO E SEU FILHO FORAM À FEIRA VENDER UM
BURRO,QUE LEVAVAM AMARRADO A UM PEDAÇO DE PAU PARA QUE NÃO SE
CANSASSE.
DE REPENTE, ENCONTRARAM UM CAMPONÊS QUE LHES DISSE,COM UM AR
ZOMBETEIRO:
_ DESSE JEITO,NINGUÈM SABE QUEM É O BURRO! AO OUVIR ISSO, O MOLEIRO
PÔS O ANIMAL NO CHÃO,DESAMARROU-O E PEDIU AO FILHO QUE MONTASSE NO
BURRO,POIS ELE SEGUIRIA A PÉ.
POUCO DEPOIS,ENCONTRARAM UM COMERCIANTE.
VOCÊ NÃO TEM RESPEITO PELOS MAIS VELHOS?_EXCLAMOU,DIRIGINDO-SE AO
RAPAZ.
DESÇA DO BURRO E DÊ LUGAR AO SEU PAI.
PAI E FILHO SE ENTREOLHARAM E DECIDIRAM ACEITAR A SUGESTÃO.MAS LOGO SE
DEPARARAM COM UMA MOÇA QUE,AO VÊ-LOS,GRITOU:
_QUE HORRÍVEL!O POBRE MENINO A PÉ E SEU PAI PREGUIÇOSO MONTADO
NO BURRO.
ENVERGONHADO,O MOLEIRO PEDIU A SEU FILHO QUE TAMBÉM MONTASSE NO
BURRO.
MAS LOGO ADIANTE ENCONTRARAM UM SOLDADO QUE,SURPRESO,DISSE:
_QUANTA IGNORÂNCIA!ASSIM VOCÊS VÃO MATAR O ANIMAL!
OS DOIS DESCERAM DO BURRO E SEGUIRAM A PÉ COM O ANIMAL.
QUANDO CHEGARAM À A FEIRA, UM PASTOR LOGO ZAMBOU:
_VIROU MODA OS BURROS DESCANSAREM ENQUANTO OS DONOS
CAMINHAM?QUE SIMPÁTICO TRIO DE BURROS.
CANSADO, O MOLEIRO DESABAFOU:
_TALVEZ EU SEJA MESMO BURRO,MAS,DE AGORA EM DIANTE ,SÓ VOU FAZER
O QUE EU QUISER!

NÃO TENTE AGRADAR A TODOS PARA NÃO ACABAR DESAGRADANDO A SI
PRÓPRIO.

MEU LIVRO DE FÁBULAS
CARAMELO

OS DOIS AMIGOS E O URSO

IAM OS DOSI HOMENS PELA ESTRADA
QUANDO UM URSO ATACOU.
ENQUANTO UM DELES CAIU,
O OUTRO,EM DESABALADA
FUGA,NUMA ÁRVORE SUBIU.
O QUE FICOU SE FINGIU DE MORTO.O URSO O CHEIROU,
MEXEU,VIROU,REVIROU,
FINALMENTE DESISTIU.

DEPOIS QUE O URSO SUMIU,
O OUTRO,DE VOLTA,RINDO,
AO AMIGO PERGUNTOU:
_QUANDO FUÇOU TEU OUVIDO,
O QUE O URSO FALOU?

_QUE NAS HORAS DE PERIGO,
SE CONHECE O FALSO AMIGO.

FÁBULAS DE LA FONTAINE
EDITORA REVAN

O URSO E OS DOIS COMPANHEIROS

DOIS COMPANHEIROS ,SEM UM CENTAVO NO BOLSO,VENDERAM A PELE DO
REI DOS URSOS PARA O VIZINHO FAZENDEIRO.

_SERÁ UM EXCELENTE COBERTOR!
_OU UM TAPETE DO MELHOR NÍVEL! – GARANTIRAM OS DOIS.
ASSIM QUE O PREÇO FICOU COMBINADO,ELES ACERTARAM A ENTREGA
PARA DENTRO DE DOIS DIAS.
ENTÃO ,OS DOIS AMIGOS PARTIRAM PARA A FLORESTA PARA CAÇAR O REI
DOS URSOS.NÃO DEMOROU MUITO E A FERA PELUDA APARECEU.AO VÊ-LA,UM
DOS HOMENS SUBIU RÁPIDAMENTE NUMA ÁRVORE.E LÁ FICOU TREMENDO DE
MEDO.
O OUTRO HOMEM ATIROU-SE NO CHÃO E FINGIU-SE DE MORTO.NAQUELA
REGIÃO TODO MUNDO SABIA QUE OS URSOS NÃO ATACAM MORTOS.O URSO
APROXIMOU-SE DELE, FAREJOU-LHE A BOCA, O NARIZ,O CORPO INTEIRO.NÃO
ENCONTROU NENHUM SINAL DE VIDA,POIS O HOMEM SABIA FINGIR MUITO
BEM.ENTÃO,FOI EMBORA EM BUSCA DE FRUTAS SILVESTRES.
QUANDO OS DOIS COMPANHEIROS SE REENCONTRARAM,AQUELE QUE TINHA
SUBIDO NA ÁRVORE PERGUNTOU:
_O QUE FOI QUE O URSO SUSSURROU NO SUE OUVIDO?
_VENDER A PELE DO URSO ANTES DE LIQUIDÁ-LO NÃO FAZ SENTIDO!

NÃO SE DEVE CONTAR COM ALGO ANTES DE CONQUISTÁ-LO.

FÁBULAS DE JEAN DE LA FONTAINE
EDITORA SCIPIONE

O URSO E OS DOIS CAMARADAS

BARÃO DE PARANAPIACABA(TRAD.)

DOIS CAMARADAS QUE TINHAM
GRANDE URGÊNCIA DE DINHEIRO,
VENDEREAM DE UM URSO A PELE
AO VIZINHO PELETEIRO.

O URSO INDA ESTAVA VIVO;
MAS ELES O MATARIAM.
OS DOIS SÓCIOS,PELO MENOS,
COM SEGURANÇA O DIZIAM.

SENDO AQUELE O REI DOS URSOS,
AFIRMAM,SEM EXITAR,
QUE DA PELE UM GRANDE LUCRO
IA O PELEIRO TIRAR.

PRESERVARIA,NO INVERNO,

DO VENTO MAIS DESABRIDO,
DANDO À FARTA PARA O FORRO
DE MAIS UM AMPLO VESTIDO.

COM TAL URSO(EM SEU CONCEITO)
NENHUM CORRIA PARELHAS;
TANTO NÃO ENCARECIA
DINDENAULT SUAS OVELHAS.

PELAS CONTAS QUE LANÇARAM
(NÃO PELAS CONTAS DA FERA)
PEDIRAM PARA ENTREGÁ-LA
DOIS DIAS, NÃO MAIS, DE ESPERA.

JUSTO O PREÇO,DESENCOVAM
O ANIMAL QUE SAIU TROTANDO.
COMO FERIDOS DE UM RAIO,
EIS O DOIS TITUBEANDO.

EM FRENTE AO FERO INIMIGO
O TERROR N’ALMA LHES LAVRA.
NEM MAIS SE LEMBRAM DO AJUSTE;
SOBRE LUCROS NEM PALAVRA.

UM DOIS DOS QUE EVITA O MOSTRO,
LIGEIRO SE PÔE AO FRESCO,
TREPANDO AO CIMO ELEVADO
DE UM CARVALHO GIGANTESCO.

O OUTRO,MAIS FRIO QUE O MÁRMOR,
DE BRUÇOS SE ATIRA AO CHÃO;
FAZ-SE MORTO SUPRIMINDO
DE TODO A RESPIRAÇÃO.

OUVIRA A DIZER ALGURES
QUE O URSO PRA O LADO ATIRA
CORPO,QUE JULGA SEM VIDA,
QUE NÃO SE MOVE OU REPIRA.

O URSO COMO UM PATINHO
CAI NO LOGRO EM CONTINENTE;
JULGA MORTO AQUELE CORPO,

QUE ALI DEPARA JAZENTE.

VIRA-O, REVIRA-O,INQUIRINDO
O QUE NA VERDADE SEJA,
E CHEGANDO-LHE O FOCINHO
DO BAFO O SITIO FAREJA.

“É CADÁVER;TEM MAU CHEIRO;
PEDINDO ESTÁ SEPULTURA.”
ASSIM FALANDO SE ENTRANHA
PELA VIZINHA ESPESSURA.

DESCE O OUTRO DO CARVALHO,
E A SEU COMPANHEIRO DIZ:
“EM LIVRAR-VOS SÓ COM O SUSTO
AMIGO, FOSTES FELIZ.

ORA,POIS, DIZEI-ME AGORA:
QUE É DA PELE DO ANIMAL?
QUE FOZ DISSE ELE NO OUVIDO
NO SEU VASCONÇO BRUTAL?

EU NOTEI QUE O SACRIPANTE
DE MUI PERTO VOS FALAVA
ENQUANTO COM AS DURAS GARRAS
VOS VIRAVA E REVIRAVA”.

O OUTRO CAMARADA

“DIZIA QUE NÃO DEVEMOS
DE UM URSO A PELE VENDER

ANTES DE O VERMOS EM TERRA
VENCIDO E MORTO JAZER”.

FÁBULAS DE LA FONTAINE
EDITORA MARTIN CLARET LTDA.

A LEBRE E A TARTARUGA

A TARTARUGA CERTO DIA DESAFIOU A LEBRE PARA UMA CORRIDA.
_CHEGO ANTES DE VOCÊ - DISSE À LEBRE, QUE REAGIU SORRIDENTE.
_ANTES DE MIM?! ESTÁS DEMENTE?
_ENTÃO É PAGAR PARA VER - INSISTIU A TARTARUGA.
_APOSTO QUE VOU VENCER!
ACERTOU-SE ENFIM A APOSTA.
A CORRIDA COMEÇOU.
A TARTARUGA PARTIU, DISPOSTA, A LEBRE RIU, NEM LIGOU.
ANTES FOI COMER UM NABO, PUXAR RONCO E COISA E TAL...
E QUANDO AO FIM E AO CABO, DEU POR SI, A TARTARUGA CHEGAVA AO
PONTO FINAL.
DISPAROU FEITO UMA FLECHA MAS NÃO DEU, CHEGOU DEPOIS.
ASSIM FOI QUE A TARTARUGA VENCEU A LEBRE VELOZ.
MORAL:
CORRER MUITO NÃO É SUFICIENTE:
MAIS VALE SER ATENTO E PERSISTENTE



A LEBRE E A TARTARUGA

“APOSTEMOS, DISSE À LEBRE

A TARTARUGA MATREIRA,
QUE EU CHEGO PRIMEIRO AO ALVO
DO QUE TU, QUE ÉS TÃO LIGEIRA!”

DADO O SINAL E PARTIDA,
ESTANDO AS DUAS A PAR,
A TARTARUGA COMEÇA
LENTAMENTE A CAMINHAR.

A LEBRE, TENDO VERGONHA
DE CORRER DIANTE DELA,
TRATANDO UM TAL VITÓRIA
DE PETA OU DE BAGATELA

DEITA-SE, E DORME O SEU POUCO;
ERGUE-SE, E PÕE-SE A OBSERVAR
DE QUE PARTE CORRE O VENTO,
E DEPOIS ENTRA A PASTAR;

EIS DEITA UMA VISTA D’OLHOS
SOBRE A CAMINHANTE SORNA,
INDA A VÊ LONGE DA META,
E A PASTAR DE NOVO TORNA.

OLHA; E DEPOIS QUE A VÊ PERTO,
COMEÇA A SUA CARREIRA;
MAS ENTÃO APRESSA OS PASSOS
A TARTARUGA MATREIRA.

À META CHEGA PRIMEIRO,
APANHA O PRÊMIO APRESSADA,
PREGANDO À LEBRE VENCIDA
UMA GRANDE SURRIADA.

NÃO BASTA SÓ HAVER POSSES
PARA OBTER O QUE INTENTAMOS;

É PRECISO PÔR-LHE OS MEIOS,
QUANDO NÃO ATRÁS FICAMOS.


A CIGARRA E A FORMIGA

TENDO A CIGARRA EM CANTIGAS
FOLGADO TODO O VERÃO
ACHOU-SE EM PENÚRIA EXTREMA
NA TORMENTOSA ESTAÇÃO

NÃO LHE RESTANDO MIGALHA

QUE TRICASSE, A TAGARELA
FOI VALER-SE DA FORMIGA,
QUE MORAVA PERTO DELA.

ROGOU-LHE QUE LHE EMPRESTASSE
POIS TINHA RIQUEZA E BRIO,
ALGUM GRÃO COM QUE MANTER-SE
TÉ VOLTAR O ACESO ESTIO.

“AMIGA – DIZ A CIGARRA –
PROMETO, À FÉ D`ANIMAL,
PAGAR-VOS ANTES DE AGOSTO
OS JUROS E O PRINCIPAL”.

A FORMIGA NUNCA EMPRESTA
NUNCA DÁ, POR ISSO JUNTA:
“NO VERÃO EM QUE LIDAVAS?”
À PEDINTE ELA PERGUNTA.

RESPONDE A OUTRA: “EU CANTAVA
NOITE E DIA, A TODA HORA.
_ OH! BRAVO!, TORNA A FORMIGA;
CANTAVAS? POIS DANÇA AGORA!”

(FÁBULAS DE LA FONTAINE)

Retirado de Atividades Pedagógixa ZGLAR

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